Estudos arqueobotânicos e de pólen revelaram que o subsolo já abrigou oliveiras e videiras, o que reforça a descrição bíblica presente no Evangelho de João
por Eduardo Teixeira, no RIC –
Um grupo de arqueólogos afirma ter encontrado o local exato do túmulo de Jesus Cristo em 𝘚𝘤𝘢𝘷𝘰 𝘥𝘦𝘭 𝘚𝘢𝘯𝘵𝘰 𝘚𝘦𝘱𝘰𝘭𝘤𝘳𝘰, em Jerusalém, Israel. As descobertas foram feitas durante reformas na Igreja do Santo Sepulcro, apontada há séculos pela tradição cristã como o local da crucificação, sepultamento e ressurreição de Jesus.
A investigação, conduzida por arqueólogos de instituições europeias e israelenses, inclui análises detalhadas do solo sob a basílica. Estudos arqueobotânicos e de pólen revelaram que o subsolo já abrigou oliveiras e videiras, o que reforça a descrição bíblica presente no Evangelho de João: “no lugar onde Jesus foi crucificado havia um jardim, e no jardim um sepulcro novo, onde ninguém ainda havia sido posto.”
As escavações arqueológicas começaram em 2022, após autorização das três comunidades religiosas responsáveis pela igreja — Patriarcado Ortodoxo, Custódia da Terra Santa e Patriarcado Armênio — para uma grande reforma na basílica. O projeto previa a substituição do antigo piso, boa parte dele ainda do século XVIII, além de melhorias estruturais no local sagrado.
Foi durante essas obras que os arqueólogos receberam sinal verde para investigar o subsolo da igreja, algo inédito desde o século XIX. “Durante as obras de renovação, as comunidades religiosas decidiram também permitir escavações arqueológicas sob o piso”, afirmou Francesca Romana Stasolla, professora da Universidade Sapienza de Roma e coordenadora da pesquisa.
Túmulo de Jesus: vestígios reforçam tradição milenar
Apesar de as investigações ainda não estarem concluídas, os resultados preliminares impressionam. Além da presença de vegetação característica da época de Jesus, os pesquisadores também iniciaram análises nos mármores usados na estrutura da igreja, com o objetivo de identificar a origem e data do material.
As primeiras indicações apontam para construções que remontam ao período pré-cristão. Outros artefatos encontrados nas escavações incluem moedas antigas, ossos de animais e utensílios cerâmicos. Os achados foram peças importantes para montar um panorama da ocupação e uso da área ao longo dos séculos. O local foi inicialmente uma pedreira, transformada mais tarde em zona agrícola e, posteriormente, local de veneração cristã.
Os indícios apontam para uma compatibilidade significativa entre o local escavado e o cenário descrito nos relatos bíblicos. “A área, na época de Jesus, ainda estava fora do limite urbano da cidade, o que coincide com o relato dos Evangelhos”, explica a arqueóloga.
A Igreja do Santo Sepulcro é um dos locais mais sagrados do cristianismo, venerado há séculos como o ponto onde Jesus foi crucificado, sepultado e ressuscitado. As descobertas recentes oferecem uma nova dimensão científica a essa tradição religiosa milenar.
Folha de Dourados
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