“Ai que delícia o Verão”, diz um hit musical atual e que apesar de um 2023 com ondas de calor e clima muito quente, ainda a estação ‘quente’, o Verão vem se aproximando, em 21 de dezembro, e com ele, as pancadas de chuvas aumentam e até já têm refrescado os dias do Sul-mato-grossense. Mas, as chuvas, aliadas ao calor, geram a combinação ideal para proliferação do Aedes aegypti e com isto aumentar, ainda mais, os casos de dengue em Mato Grosso do Sul.
MS que já passa dos 40 mil casos com 42 mortes, e deve ficar igual ou ultrapassar o ano de 2020, que obteve estes números, sendo o último período mais contaminado e letal do Estado. De acordo com o Boletim Epidemiológico Dengue, da SES (Secretaria de Estado de Saúde), divulgado na última terça-feira (5), MS apresenta 40.460 casos confirmados da doença até fim de novembro de 2023. Com isto, ainda faltam contabilizar um mês do ano.
Campo Grande lidera a lista com o maior número de confirmações da doença, com 11.899, seguida por Três Lagoas (4.666) e Corumbá (2.570). Apesar da Capital apresentar altos números de contaminação, possui baixa incidência por número de habitantes. O município de Alcinópolis é responsável pela maior incidência de confirmações, com 9.213,1.
Além dos casos de contaminação, 40 óbitos por dengue foram confirmados neste ano e duas mortes seguem em investigação. O índice é o segundo maior registrado nos últimos 10 anos, atrás apenas de 2020, ano em que 42 óbitos foram contabilizados. Caso a doença seja confirmada como causa das mortes que estão sendo investigadas, 2023 também passará a ocupar o primeiro lugar no ranking.
Períodos quentes exigem mais atenção.
De acordo com o coordenador de Controle de Vetores da SES, Mauro Lúcio Rosário, as condições climáticas fomentam a transmissão de arboviroses como a Dengue, Zika e Chikungunya e, por isso, períodos quentes exigem mais atenção.
“A elevação da chuva e da temperatura em determinado mês explica parcialmente o número de aumento de casos de doenças por arbovírus apenas dois ou três meses depois. Quanto mais chuva, mais recipientes com água, consequentemente mais mosquitos, mais transmissão, mais doentes e mais óbitos”.
O coordenador também destaca que, com o surgimento do sorotipo 3, espera-se uma epidemia de dengue ainda mais severa para 2024. Nesse caso, é indispensável a sensibilidade da população para eliminar criadouros e evitar a proliferação do mosquito transmissor.
Cuidados
Apesar de já conhecidos, as medidas para evitar a proliferação do Aedes aegypti devem sempre ser reforçadas. Segundo Mauro Lúcio Rosário, a mobilização da população deve ser constantemente incentivada, visto que as residências são os principais locais de acúmulo de água parada.
“Mais de 80% dos focos positivos do mosquito Aedes aegypti estão nas residências em ralos, calhas, caixa-d’água destampadas, plantas com água e a maior concentração dos problemas encontrados pelos agentes de combate às endemias, são resíduos sólidos (lixo) desprezados conscientemente pela população dentro de suas casas”.
Entre as orientações estão:
Evitar água parada, em qualquer época do ano, mantendo bem tampado tonéis, caixas e barris d’ água ou caixas d’água;
Acondicionar pneus em locais cobertos;
Remover galhos e folhas de calhas;
Não deixar água acumulada sobre a laje;
Encher pratinhos de vasos com areia até a borda ou lavá-los uma vez por semana
Fazer sempre a manutenção de piscinas.
Ainda, é importante ficar atento aos sintomas da dengue, que incluem febre alta, dor de cabeça intensa, dor nas articulações e erupção cutânea. Em casos mais graves, o paciente pode apresentar também dor abdominal, vômitos persistentes, diarréia, desânimo e sangramento de mucosa.
Em caso de dúvidas, entre em contato com o Plantão CIEVS Estadual através do disque-notifica pelos telefones: (67) 9 8477-3435, 0800-647-1650 ou (67) 3318-1823.
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