Apenas 5% dos alunos da rede pública de MS concluem o ensino médio com bom desempenho em Matemática

Educação

Somente 5% dos estudantes da rede pública de Mato Grosso do Sul concluíram o ensino médio com alto rendimento em Matemática, conforme levantamento divulgado nesta segunda-feira (28) pelo Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede). Os dados têm como base os microdados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), aplicado pelo Ministério da Educação em 2023.

A avaliação abrange escolas públicas e privadas, por amostragem, sem divulgação das instituições participantes. O rendimento em Língua Portuguesa entre os formandos da rede pública no estado também é modesto: apenas 30% demonstram domínio dos conteúdos esperados, desempenho considerado básico.

Desempenho ao longo da Educação Básica

Os dados do Saeb indicam defasagens já a partir dos primeiros anos da trajetória escolar. No 5º ano, 52% dos alunos avançam de série sem dominar habilidades mínimas em Matemática e 40% sem aprender o básico em Português.

No 9º ano, apenas 17% dos estudantes chegam ao ensino médio com conhecimento adequado em Matemática e 38% em Português. Ainda assim, essa etapa apresenta os melhores índices da rede pública: 35% com aprendizado adequado em Matemática e 50% em Português.

Os piores indicadores estão no fim do ciclo, entre os formandos do ensino médio. Apenas 5% aprendem conteúdos como cálculo de área e resolução de equações de 1º e 2º grau. Em Língua Portuguesa, 30% atingem o patamar básico de conhecimento.

Rede particular e desafios do ensino médio

Na rede privada, os números são mais altos nos primeiros anos: 78% dos alunos de 10 anos apresentam aprendizado adequado em Matemática, e 86% em Português — quatro pontos a mais que a última edição da prova, em 2021. No entanto, no ensino médio, o rendimento também é baixo: apenas 37% dos estudantes concluem a etapa com domínio adequado em Matemática.

A dificuldade com Matemática é uma realidade nacional, e o governo federal prepara o lançamento de um programa com metas específicas para a disciplina, voltado a estados e municípios.

Destaques e baixos índices em MS

Três indicadores principais foram analisados: o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), o fluxo escolar (percentual de alunos aprovados) e o aprendizado, calculado a partir das notas de Português e Matemática.

Nos anos iniciais (1º ao 5º ano), Água Clara lidera o ranking estadual com Ideb de 6,7, seguido por Nova Andradina e Angélica, ambos com 6,5. Os piores desempenhos foram registrados em Anastácio (4,4), Miranda (4,0) e Bodoquena (3,9). Campo Grande teve índice de 5,3.

No quesito aprendizado nos anos iniciais, Água Clara também se destaca com média de 6,77. Bela Vista ficou na última posição com 4,75. A capital registrou 5,65.

Nos anos finais (6º ao 9º ano), Nova Andradina manteve a liderança no Ideb (5,8) e na média de aprendizado (5,90). Miranda foi o município com pior desempenho (3,7), e Pedro Gomes obteve a menor média de aprendizado (4,38). Campo Grande ficou em 20º lugar no ranking estadual, com Ideb de 4,8.

Já no ensino médio, Japorã aparece com os piores índices: Ideb de 2,7 e média de aprendizado de 3,64.

Panorama nacional

Mato Grosso do Sul ocupa a 7ª pior posição no Ideb dos anos iniciais na rede pública, com média de 5,3 pontos. Na rede privada, sobe para o 8º lugar, com 7,3 pontos.

O fluxo escolar da rede pública entre crianças de 6 a 10 anos é de 0,93 — ou seja, 7% foram reprovadas. Na rede particular, o índice é de 0,98. No ensino médio, o estado ocupa o 4º lugar nacional em aprovação nas escolas privadas (0,98) e o 8º em aprendizado nas públicas, com média de 4,46.

Nova Andradina foi reconhecida como Destaque Regional nos indicadores de anos iniciais. Ao todo, 26 escolas sul-mato-grossenses receberam destaque por excelência ou bom desempenho, tanto nos anos iniciais quanto nos finais

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